A visita missionária de Dom Neri à aldeia, localizada a mais de 140 km da sede da Diocese, fortalece o diálogo e o respeito às tradições de um povo que protege a terra e a natureza.

Em uma missão de profunda conexão e respeito, Dom Neri, Bispo Diocesano, realizou uma visita missionária à aldeia da etnia Enawenê-nawê, situada a mais de 140 quilômetros da sede da Diocese de Juína. A aldeia, que abriga mais de mil indígenas, recebeu o Bispo de braços abertos, proporcionando-lhe a oportunidade de vivenciar de perto a riqueza de suas tradições culturais.

 

 

 

Fotos: Renan Dantas 

 

Os Enawenê-nawê vivem em grandes casas comunais, que abrigam até 50 pessoas cada, organizadas em torno de um círculo central onde rituais e atividades comunitárias acontecem. A vida na aldeia é marcada por uma forte conexão com a terra, rica em floresta e cerrado, que oferece recursos essenciais, como milho, mel e, principalmente, peixes. Durante a estação das secas, os indígenas se destacam como habilidosos pescadores. Na estação chuvosa, constroem represas de madeira nos rios para garantir a captura de peixes.

 

Durante a visita, Dom Neri participou do rito das mulheres, uma cerimônia repleta de significados que reforça os laços da comunidade com a vida, a natureza e a sobrevivência de sua cultura ancestral. Ao observar e aprender com as celebrações das mulheres Enawenê-nawê, o bispo pôde sentir a força espiritual e o papel vital dessas cerimônias para a perpetuação da identidade do povo indígena.

 

O ritual mais importante para os Enawenê-nawê, conhecido como Yãkwa, envolve um intercâmbio simbólico de alimentos entre os humanos e os espíritos, marcados por danças e cânticos ao redor de fogueiras. Dom Neri teve a oportunidade de testemunhar essa conexão espiritual e a importância de rituais como a Keteoko, a festa do mel, onde a comunidade celebra a coleta de mel selvagem de maneira festiva.

 

Além das celebrações, uma roda de conversa foi organizada, onde Dom Neri se dedicou a ouvir os anseios da comunidade. Os indígenas compartilharam suas preocupações, sonhos e desafios, e o bispo, em um gesto de humildade, aprendeu sobre os ritos, os modos de viver e os valores que norteiam aquela aldeia. Caminhando pelos espaços sagrados e de convivência, ele pôde testemunhar o compromisso do povo Enawenê-nawê com a preservação de sua terra e suas tradições.

 

Foto: Renan Dantas 

 

Ao final da visita, Dom Neri expressou sua profunda gratidão à comunidade, reconhecendo o papel essencial que desempenham na proteção daquela terra abençoada e da natureza que a circunda. “Vocês são os guardiões deste lugar e dessa beleza. Agradeço por cuidarem com tanto zelo da Criação”, afirmou o bispo.

 

 

 

Foto: Renan Dantas 

 

Essa visita não só estreita os laços entre a Diocese de Juína e a comunidade Enawenê-nawê, mas também fortalece o diálogo entre a Igreja e os povos indígenas, num compromisso conjunto com a justiça, o respeito e a proteção da vida em todas as suas formas.

 

 

 

Fonte Renan Dantas - Diocese de Juína
Imagem Renan Dantas - Diocese de Juína